quinta-feira, 25 de abril de 2013

O Rodrigo

O Rodrigo é um menino pequenino, tal como muitos outros, que tem uma doença grave, infelizmente, como muitos outros também... Porquê ajudar o Rodrigo? Quem me dera poder ajudar todos! Mas, e conseguimos ajudá-los todos? É como ajudar um grão de areia de uma praia, sim, mas não vamos ajudar o grão de areia, só porque existem outros?

Eu sempre quis ser médica. Queria ser médica como o meu Pediatra. Era o meu sonho. Desde que me lembro! E por isso, sempre que me perguntavam o que queria ser quando fosse grande, dizia "Pediatra". O meu primeiro exame de acesso à especialidade correu muito mal e entrei numa especialidade que nunca me tinha passado pela cabeça. Entretanto, desisti, e informei-me, de todas as formas e mais algumas se, fazendo novamente o exame e entrando noutra especialidade que não pediatria, poderia entrar depois em pediatria, no fim dessa nova especialidade (porque já sabia que não podia andar sempre a mudar). Então, lá fiz o exame e entrei em Medicina Geral e Familiar. Seria Médica de Família (mas só porque sabia que no final, se quisesse, poderia tentar novamente entrar em Pediatria!!!). Um dos estágios de Medicina Geral e Familiar era a Saúde da Criança, e o meu decorreu no Hospital Maria Pia. E foi o estágio que menos gostei, se é que é assim que me posso referir a ele... Porque não foi só não gostar! Foi desejar que os dias passassem mais depressa, porque me estava a fazer muito mal. Foi ver e ouvir coisas que não pensava ver e ouvir, e foi sentir outras que me deitavam muito abaixo, e tive muitas vezes vontade de vir embora mais cedo só para que não me vissem chorar. Estar doente, com uma doença grave, é muito mau. Mas ver uma criança doente, do meu ponto de vista, é de cortar o coração de todo! E eu via aquelas crianças, como verdadeiros anjinhos, sem perceberem nada do que se estava a passar, só a olhar para os pais, com aqueles olhinhos como quem diz "o que aconteceu?". E os pais, que só as queriam proteger, sem poderem fazer rigorosamente nada, senão dar-lhes todo o seu amor... Foi assim que, mais uma vez, comprovei que Deus escreve certo por linhas tortas: eu nunca na vida teria estômago para ser pediatra. Eu queria ser como o meu, porque o meu via-me no seu consultório privado e apenas seguia o meu crescimento, o crescimento de uma menina perfeitamente normal e saudável, que nunca teve rigorosamente nada que preocupasse os seus pais! Cresci a achar que pediatria era isso. É claro que durante o curso  entendi que seria muito mais, mas nunca tinha chegado ao verdadeiro cerne da questão como cheguei durante o estágio de Saúde Infantil. No fundo, o que o meu pediatra fazia na privada, a mim, era o que eu posso fazer a todos os meninos da minha lista de utentes: segui-los ao longo da vida! E isso sim, é maravilhoso! E, se por ventura, surgir alguma maleita mais específica, graças a Deus, posso pedia ajuda a colegas pediatras, porque eu sozinha, não ia conseguir. É uma fraqueza minha? Se calhar é.. Mas estou a escrever isto e cheia de lágrimas nos olhos, só de me lembrar de alguns dos casos que vi...

Por isso, quando sei destas histórias destes anjinhos inocentes que passam por estes episódios horríveis (e que não deviam ser permitidos), invade-me uma tristeza que me mói muito por dentro. E por isso é que podemos e devemos tentar ajudar ao máximo, como conseguirmos! Neste caso, é o Rodrigo. A união faz a força e uma ajudinha aqui e outra acolá podem ser o suficiente para que ele possa iniciar um tratamento novo e melhorar, ou, quem sabe, ficar curado! Seria um milagre? Claro que sim! Mas vamos todos remar nesse sentido!

Já pensaram em como poderão ajudar?


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